Bastidores do Lançamento do Livro do Frank
Estava contente, ansioso e de certa forma aflito. Sabia que o pessoal viria
em peso, mas recebi de última hora a notícia que a Aline viria.
Estava lançando o meu livro “Um Paraíba Vagamundo” e destinava toda a renda
para Aline, minha amiga que tinha perdido os movimentos do corpo após uma
cirurgia complicada. Quando fiquei sabendo que ela iria, fiquei surpreso
(achei que não iriam conseguir levá-la até lá) e depois muito feliz. Era a
nossa festa. O livro surgiu depois do pontapé inicial que ela me deu ao ter
saído da UTI e estar batalhando para recuperar seus movimentos diariamente.
Ela havia me inspirado com sua força de vontade e percebi que se eu tinha
saúde, não me faltava mais nada para realizar meu grande sonho.
Mas confesso, em meio a felicidade de ter ela no evento, fiquei também um
pouco preocupado, pois sabia que ela precisava de cuidados a cada hora e
tinha problemas ainda para respirar, mas quando ela chegou no IPPB, vi seu
sorriso e alegria, percebi que estava sendo um tolo. Havia muito mais força
nela do que eu podia imaginar.
Ela fez questão de estar lá no evento, queria ver com os próprios olhos, o
que eu estava aprontando.
O lançamento do livro era especial pra mim, mas eu queria proporcionar a
todas as pessoas que fossem até lá, um pouco da cultura dos lugares por onde passei. Sabia que quando duas ou mais pessoas estão juntas e há motivo para sorrir, elas formam um sorriso gigantesco que é emanado para o universo e acaba na sintonia de todas as pessoas que precisam de motivo para sorrir.
O resultado foi maravilhoso. No início, tivemos o Professor Wagner Borges
lendo um texto lindo “Ninguém é Estrangeiro! ”que ele escrevera no
local. Depois, iniciamos o evento com o Professor de Ioga, Vanderlei
Oliveira, lendo um texto incrível que ele também acabara de escrever
(aparentemente, o que não faltava no ar, era inspiração e amor). Após a
leitura do texto (que postarei a seguir), ele seguiu conduzindo um
exercício muito bacana de energia e respiração. No final do exercício, todos
estavam mais leves e Aline me disse que parecia renovada.
Poesias foram lidas, meu amigo Gerson Morales cantou um belo mantra que ele
compôs no Caminho de Santiago, mantra esse que falava que a terra daria
aquilo que eu precisasse, se eu fizesse a minha parte.
Então, as danças começaram com a energia Cigana com os alunos da Professora
Lyanka. A dança cigana contagiou a todos, que aprenderam também um pouco mais sobre essa cultura.
Antes que todos pudessem respirar, um Highlander Nordestino chegou ao local
para apresentar a Dança Celta com a querida Professora voadora Lídia, que
deixou todos boquiabertos e com gostinho de quero bis com seus passos e sapateados mostrando a beleza da cultura desse povo.
Logo depois, um certo Sheik Árabe apresentou minha musa e dançarina
Auricélia Oliveira e a nossa querida voadora Vanessa “ Borboletinha”
apresentando a magia da Dança do Ventre que deixou todos ainda mais
contagiados. Então, todos caíram na risada quando um certo Zorro Hindu com
um sari meio caído surgiu no salão e apresentou o Professor Mauro do espaço
Rasa, que hipnotizou a todos com sua Dança Indiana. Com movimentos precisos
e uma caracterização magnífica das expressões faciais típicas da dança
indiana. O Professor Mauro fez um belo ritual com pétalas de rosas pelo
salão e magnetizou a todos com a bela dança indiana.
Ao final, a Professora Priscila fez uma bela apresentação de Ioga com alguns
ásanas, finalizando com chave de ouro o evento.
Logo depois, recitei uma poesia que escrevi pra Aline e lemos todos
novamente o texto do Wagner, ao mesmo tempo que pedi que todos ao término do
texto fechassem os olhos e enviassem muito amor para a minha amiga e para
todos que precisassem naquele momento.
No final, todos estavam visivelmente extasiados e felizes. Foram 03 horas de
apresentações e muita poesia. A impressão que tive é que todos queriam ainda
muito mais.
A surpresa não veio com os livros que foram vendidos rapidamente ou com
tanta gente ter comparecido, mas a Aline no final, que parecia estar tão
feliz e revitalizada. Ela não precisou em momento algum de nenhum cuidado
durante as três horas e disse pra mim, que por ela, o evento continuava até
meia noite. Disse também que tinha se sentido tão bem após o exercício do
Vanderlei que parecia estar renovada. Eu tive que me segurar para não deixar
escapar nenhuma lágrima. Ter todos os meus amigos, familiares, voadores e
outros tantos conhecidos por lá era muito especial, mas saber que tinhamos
proporcionado tanta alegria pra ela e para todos os amigos presentes, era
maior que todo o dinheiro que eu estava arrecadando.
Cheguei em casa, em estado de graça. Não só havia realizado o meu sonho e
lançado o meu livro, como também tinha proporcionado num domingo à tarde, um
belo evento que com certeza, tocou o coração de todos presentes que junto
com o coração da minha amiga, deram-me a prova de que SOMOS realmente TODOS UM
SÓ.
Frank Oliveira