Rei Salomão
O Rei Salomão é uma figura central na espiritualidade, especialmente nas tradições judaica, cristã e islâmica, sendo lembrado principalmente por sua sabedoria extraordinária, suas decisões judiciais justas e sua relação íntima com Deus.
Sabedoria e Espiritualidade
A sabedoria de Salomão é um dos aspectos mais celebrados de seu legado espiritual. Ele recebeu um dom divino de discernimento e julgamento, o que lhe permitiu resolver disputas complexas e guiar seu povo com justiça e prudência. Um dos casos mais emblemáticos de sua sabedoria foi a disputa entre duas mulheres que reivindicavam a maternidade de um bebê. A solução criativa e sensível de Salomão revelou sua profunda compreensão da natureza humana e sua habilidade de discernir a verdade em situações difíceis.
Aliança com Deus e o Templo Sagrado
Espiritualmente, Salomão desempenhou um papel crucial na construção do Templo de Jerusalém, que se tornou o centro do culto a Deus e um símbolo da aliança entre Deus e o povo de Israel. Esse templo não só representava a morada de Deus entre os homens, mas também servia como um local de sacrifício e comunhão espiritual. Sua construção foi vista como o cumprimento da promessa divina feita a seu pai, o Rei Davi.
Livros de Sabedoria
Além disso, Salomão é creditado pela autoria de textos bíblicos importantes, como o Livro dos Provérbios, o Eclesiastes e o Cântico dos Cânticos. Esses escritos são ricos em ensinamentos morais e espirituais, oferecendo conselhos sobre sabedoria, prudência e reverência a Deus. A espiritualidade salomônica enfatiza a busca pelo conhecimento divino como um caminho para a prosperidade e a paz interior.
A Rainha de Sabah
A relação entre o Rei Salomão e a Rainha de Sabá (ou Sheba) é uma das histórias mais intrigantes de seu reinado, e tem sido interpretada de diversas maneiras no contexto espiritual e histórico. A Rainha de Sabá, movida pela fama da sabedoria e riqueza de Salomão, viajou de seu reino (possivelmente localizado no atual Iêmen ou Etiópia) até Jerusalém para testar sua sabedoria com enigmas e questões complexas.
Teste de Sabedoria
A visita da Rainha de Sabá é descrita nas Escrituras como uma ocasião em que Salomão demonstrou sua sabedoria incomparável. A rainha, impressionada com suas respostas e o esplendor de sua corte, reconheceu a sabedoria divina que guiava Salomão. Essa interação reforçou a reputação do rei como um líder guiado por Deus e um exemplo de sabedoria espiritual. A Rainha de Sabá, após ser convencida da superioridade da sabedoria de Salomão, abençoou-o e reconheceu a grandeza de seu Deus.
Influência Espiritual e Diplomática
Essa relação teve um impacto significativo tanto no nível espiritual quanto no político. Ao reconhecer a sabedoria divina de Salomão, a Rainha de Sabá contribuiu para fortalecer a posição de Israel como uma nação abençoada por Deus, reforçando também a ideia de que a sabedoria de Salomão transcendia as fronteiras de Israel, atingindo outras nações. A visita também foi importante para a diplomacia entre os reinos, estabelecendo um elo de respeito mútuo que beneficiou ambos os povos.
Impacto Cultural e Espiritual
Algumas tradições, especialmente na Etiópia, acreditam que o encontro entre Salomão e a Rainha de Sabá resultou no nascimento de um filho, Menelik I, que se tornaria o primeiro imperador da dinastia etíope. Essa crença alimenta uma rica tradição espiritual em que a linhagem de Salomão está associada diretamente à monarquia etíope e ao surgimento do Judaísmo etíope, um legado que se mantém espiritualmente significativo até hoje.
Portanto, a relação entre Salomão e a Rainha de Sabá não só demonstra a sabedoria espiritual do rei, mas também sua influência diplomática e cultural, que ecoou por gerações.
A história entre o Rei Salomão e a Rainha de Sabá (ou Sheba) não menciona explicitamente um envolvimento amoroso nos textos bíblicos. No Primeiro Livro dos Reis (10:1-13) e no Segundo Livro das Crônicas (9:1-12), o encontro entre eles é descrito de forma formal, com a rainha visitando Salomão para testar sua sabedoria e discutir questões políticas e comerciais. O texto destaca o reconhecimento mútuo de sabedoria e a troca de presentes, mas não sugere uma relação romântica.
No entanto, em tradições extracanonicais e folclóricas, há referências a um possível envolvimento amoroso entre eles. Por exemplo, o Kebra Nagast, um texto sagrado etíope, menciona que Salomão e a Rainha de Sabá tiveram um filho chamado Menelik I, considerado o fundador da dinastia etíope. Essa tradição tem grande importância espiritual na Etiópia, onde se acredita que Menelik trouxe a Arca da Aliança para o país
Muitas fontes apócrifas ( texto ou documento que não é considerado autêntico, pois é de origem duvidosa ou suspeita) apontam que o envolvimento do Rei Salomão e a Rainha de Sabah foi muito mais amoroso do que se pensa e para ela, ele teria escrito vários textos que integram a bíblia “ Cantares de Salomão/ou/Cânticos de Salomão*, cujos versos sugerem mais que um contato de negócios entre nações. Veja abaixo um exemplo:
Cantares 1:13
“ O meu amado é para mim como um ramalhete de mirra, posto entre os meus seios. Como um ramalhete de hena nas vinhas de En-Gedi, é para mim o meu amado. Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas. Eis que és formoso, ó amado meu, e também amável; o nosso leito é verde...”
Cântico de Salomão 8:6-7
“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é tão forte como a morte… Mesmo muitas águas não são capazes de extinguir o amor, nem podem os próprios rios levá-lo de enxurrada.”
Salomão nos Cultos Religiosos do Brasil
A influência do rei Salomão nos cultos religiosos brasileiros, como o Catimbó/Jurema e o Santo Daime, está ligada principalmente às tradições espirituais e ao sincretismo religioso.
No Catimbó/Jurema, Salomão é visto como uma figura mítica, associada ao conhecimento de plantas, ao uso de rituais para o bem e ao controle de entidades espirituais. As tradições indígenas que formaram a base desse culto foram misturadas com elementos católicos e africanos ao longo do tempo. Mestres espirituais, como Zé Pilintra, às vezes são relacionados a figuras de sabedoria e poder, como Salomão, que personificava a habilidade de lidar com energias espirituais e com o oculto. A Jurema, uma árvore sagrada no culto, é reverenciada por suas propriedades psicoativas, que auxiliam no contato com o mundo espiritual, evocando sabedoria semelhante à de Salomão em seu papel de mediador entre o divino e o humano.
No Santo Daime, a figura de Salomão aparece como a ideia de sabedoria espiritual profunda e conexão com o divino, que Salomão simboliza, e ressoa com as práticas ayahuasqueiras. O uso da bebida ayahuasca promove estados de consciência elevados que, assim como no Catimbó, visam proporcionar cura, revelações e um entendimento maior do universo espiritual, algo que remete ao mito de Salomão e seu conhecimento secreto e espiritual.
Assim, Salomão é um símbolo de sabedoria, poder e domínio espiritual que influencia de maneira indireta essas tradições religiosas brasileiras, refletindo sua busca por harmonia entre o sagrado e o profano.
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O Reino das Palavras e Rei Salomão
Um dos estudos da Casa dos Avós aponta que quando atravessamos do Reino das Palavras (Espadas/Ar) para o Reino do Sentir (Copas/Água), passamos por um Reino que vai além do conhecimento, em que bebemos da Sabedoria como se ela fosse uma Entidade Viva que alimenta aqueles que buscam se conhecer e servir o seu saber.
Essa Entidade Viva da Sabedoria, se apresenta também como Rei Salomão, cuja Coroa do Saber é o puro Matnis que não se esquece ou se distorce. O Rei de Espadas.
Essa entidade também se apresenta como Rainha de Sabáh, a Rainha de Espadas, cuja face feminina da sabedoria nos ensina a ter paciência para compreender que não conseguimos entender a sabedoria, mas apenas sentir, por lá, mas no Reino das Palavras, aqui no mundo de Malkhut (esfera da Árvore da vida que representa esse mundo dual e concreto), podemos acessar essa sabedoria de Salomão e Sabáh, ao aprendermos a Saber Doar o que aprendemos.